sábado, 29 de maio de 2010

A sopa e a dieta




A sopa tem características que a tornam um prato nutritivo e saudável. Além de barata e fácil de preparar, é uma boa opção para as suas refeições.

Ainda que, nas últimas décadas, a sopa tenha perdido alguma da sua importância nas dietas ocidentais, estudos nutricionais comprovam aquilo que os antepassados intuíam: a sopa é mesmo um alimento completo. O aparecimento dos estabelecimentos de fast food e ideias erradas sobre o tempo e dificuldade de preparação relegaram-na para prato opcional.

No entanto, assiste-se hoje a um certo renascimento de práticas gastronómicas tradicionais, como provam vários festivais de gastronomia por todo o país (alguns dedicados exclusivamente à sopa). É um elemento importante das dietas mediterrânicas e as suas vantagens são múltiplas, quer se trate de caldos, cremes ou purés, preparados em casa ou produzidos pela indústria alimentar. Mas os seus benefícios também dependem dos ingredientes, confecção e conservação.



Combinação perfeita

Produtos hortícolas, arroz, massa, azeite e, no caso das chamadas “sopas ricas”, carne ou peixe formam um conjunto ideal sob vários aspectos. Este é muitas vezes enriquecido com ingredientes próprios de cada local, como comprovam as gastronomias regionais, e que podem ainda variar com a época do ano. Após a cozedura, a digestão dos ingredientes torna-se mais fácil, embora a temperatura elimine algumas vitaminas mais sensíveis ao calor. Os sais minerais dissolvem-se no caldo e não se perdem, como acontece quando a água da cozedura não é aproveitada.

Ferver a água por mais de 10 minutos garante que eventuais microrganismos presentes sejam destruídos. De baixo teor calórico, a sopa tem, ao mesmo tempo, uma grande quantidade de fibras que, devido também à temperatura a que é consumida, dão uma rápida sensação de satisfação.

Preparação e conservação

A escolha dos ingredientes determina, em grande parte, a qualidade da sopa que se pretende fazer. É importante verificar a qualidade dos legumes, nomeadamente a sua cor, cheiro e aspecto. Uma vez que os legumes começam a perder vitaminas assim que são colhidos, é importante que os utilize o mais cedo possível após os comprar. Lave-os bem em água corrente, antes de os descascar, por causa da sujidade e outros contaminantes. Os legumes congelados podem também ser uma boa opção.

A higiene pessoal e da cozinha são importantes. Lave sempre as mãos quando manipular alimentos e depois de ir à casa de banho. Mantenha a cozinha sempre limpa e desinfectada e não use utensílios sem os lavar cuidadosamente. Assim, é possível evitar a transferência de substâncias ou microrganismos de alimentos eventualmente contaminados, como os legumes cortados, para outros alimentos.

Os caldos industriais, muitas vezes usados nas nossas casas, têm a desvantagem de conter aditivos, como os glutamatos, intensificadores de sabor que podem provocar o chamado “síndrome do restaurante chinês” (cujos sintomas são insensibilidade na nuca, braços e costas, mal-estar, palpitações, dores de cabeça, rubor na cara, etc.). A sua utilização para a confecção de sopas em casa deve ser evitada.

A sopa pode ser conservada no frigorífico, num recipiente fechado, durante dois ou três dias. Se desejar congelá-la, faça-o o mais rapidamente possível, usando um recipiente apropriado. A descongelação deve ser feita em lume brando, banho-maria, no microondas ou no frigorífico, mas nunca à temperatura ambiente. Sempre que possível, é boa ideia congelar a sopa já repartida em doses individuais, para não descongelar mais do que irá consumir.

Uma sopa rica

A sopa ocupa um lugar crucial numa refeição. A receita para quatro pessoas que proponho é bastante equilibrada, saciante e faz prescindir de um segundo prato substancial. Cada dose fornece entre 120 e 150 kcal. Esta sopa deverá ser, de preferência, acompanhada de um prato de carne ou de peixe, com batata ou arroz e salada.

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